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09/06/2010

O Despencar de Uma Estrela



Quando sempre criticamos que os profissionais de Psicologia precisam ter mais espaço nas organizações midiáticas, não estamos brincando ou procurando questões mercadológicas, mas sim, pq as situações falam por si só.

Os conhecimentos de Psicologia vêm sendo ignorado em algumas questões e temos que enfatizar que há sim necessidade de maiores controles em certos aspectos da televisão brasileira. Temos um pacto de não contribuir com a baixaria na televisão, e isso incluí e não ficamos calados como espectadores.

Situação 1 – Maísa

Em outubro, tanto aqui no Blog como na comunidade do Orkut, debatíamos sobre as questões que envolviam esta menina, e meses depois os problemas aparecem.

Situação 2 – Produtos na mídia

Falamos no Blog sobre a questão se de tornar um produto midiático.

Aí, suge o fenômeno muidiático Susan Boyle.

E continuo vendo na mídia váias Stephanies, vários Virais, Várias Goretes, Zinas, etc

E continuemos brincando de diretores de cinema, controlando vidas em reality shows como se fossem personagens de cinema.

E continuemos idolatrando situações de extrema violência psiquíca e esperando as consequências para “fingirmos” que não sabíamos que iria acontecer.

Hoje, aqui no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia tenta trazer para o debate as questões que envolvem a mídia, esse debate já ganhou seminários, artigos, pesquisas, pronunciamentos etc, mas naquilo que fala das regras e ética que rege o fenômeno no mundo real, pouco ou nada se modificou.  Pessoas viram produto da forma mais banal que podemos encontrar meios para fazer isso, com a participação animada de uma platéia claque. Como costumam dizer, extraem tudo até virar bagaço, podemos citar vários exemplos ao longo de anos, e muitos deles com suas conseqüências exploradas pela própria mídia como ainda uma possibilidade final de uso daquele produto. Dentro desses aspectos nos caberia perguntar: que tipo de sociedade estamos construindo e a que desejamos como lugar onde podemos viver como sujeitos do desejo?

Susan Boyle  e muitos outros não agüentaram a pressão, não da fama e da popularidade, mas aquilo que podemos fantasiar, em uma realidade psíquica possível, como uma repetição história em desenvolvimento, como a um bebê vítima de uma mãe sádica que segura e ampara seu bebê para logo em seguida jogá-lo no berço, naquilo que de mais psicotizante podemos entender como pressupostos teóricos.  Susan também sucumbe não ao 2º lugar que a vitima, mas por já perceber no balanço dos braços, o desamparo e abandono a que será lançada, ou ainda, ao movimento cruel que sucede ao jogar o bebê de volta ao berço, ao ataque e ódio gritado em silêncio.  Ainda poderemos supor que será acusada, porque afinal foi ela que procurou o programa, o sucesso, a saída do anonimato, como de alguma maneira cada um de nós faz, nesse mundo do espetáculo cujo anonimato e a invisibilidade tem sido quase que uma chaga que nos atinge em despersonalização e homogeneidade. Cada um de nós em nossa porção Boyle, lutando em águas bravias de apagamento do desejo enquanto possibilidade de realização do ser. Susan tentou nos dar um presente com sua voz, mas vimos nela o grande produto entre o talento incomum e o cômico que hoje se constitui aquele que fora dos padrões exigidos ainda pensa ter direito a ocupar um lugar de destaque nesse planeta midiático.

São fatos da vida contemporânea que nos convidam a pensar, talvez até mais do que no que jogamos em nossos rios e mares, porque talvez antes que eles estejam imprestáveis, esse sujeito que deles depende já tenha desaparecido enquanto possibilidade de vida plena, de ser no mundo.
Mas podemos ainda continuar pensando que a psicologia nada tem a dizer a respeito disso tudo e sigamos, afinal: o show tem que continuar!


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